domingo

O Holocausto de Dresden.


Estamos em 13 de fevereiro de 1945, o III Reich já se preparava para dar seus últimos suspiros e Hitler reagia com um louco tentando manobrar seus, já não muitos, homens para o que ele chamava de a "grande ofensiva que viraria o jogo". Dresden, capital cultural do mundo, que não possuía tropas estacionadas, indústrias bélicas ou vantagens estratégicas foi cruelmente afundada pela Real Força Aérea Inglesa, que cometeu não só uma das maiores atrocidades em vítimas humanas da Segunda Guerra Mundial como, talvez, o maior crime de lesa-cultura de todos os tempos.Dresden era um assombro arquitetônico, tudo se inicio quando o principe-eleitor da Saxônia; Augusto, o Forte; que tomado por um sentimento de inferiorirade perante o seu inimigo; czar Pedro, o Grande; que havia construido a majestosa São Petersburgo nos pantanos do rio Neva, e não demorou muito para que nada entre Paris e São Petersburgo se equiparasse a grandiosa cidade do principe da Saxônia, onde havia o majestoso castelo de Zwinger; fabricado em estilo barroco tardio, uma obra de Pöppelmann; que servia como galeria de artes, biblioteca, museu e orfeão musical, um verdadeiro centro da cultura mundial; em que Richard Wagner estreou seu Rienzi, o Navio Fantasma e Tännhauser e ainda tocou a Nona Sinfonia de Bethoveen; o Fürstenzug, um enorme fural feito de vinte e quatro mil azuleijos disposto em cento e dois metros, contando a saga dos principes da Saxônia.Dresden atraia artistas de mundo todo, apelidada carinhosamente de Florença do Rio Elba, repletas de cafés, de estupendos jardins, de academias de arte eletrizadas pelo vai e vem de pintores e músicos, de declamações de poetas e consertos de grandes solistas, em belos locais sempre lotados, onde, ao sons de polcas e valsas, das lieden de Schubert, misturavam-se a proletária cerveja e a nobre champanha. Tudo isto, este entregar-se ao hedonismo, reduzia-se num estilo de vida que consagrou-se pela expressão “boêmia”. Enquanto Berlim representava a coroa e o quartel, Frankfurt o cifrão do dinheiro, Dresden foi, por mais de dois séculos, a favorita da lira e do verso da Alemanha.Em 13 de Fevereiro de 1945 ás 21:30, tudo isso acabou a mando do sir Winston Churchill, que ordenou quase mil lancasters da RAF bombardear a capital cultura do mundo com quase três mil bombas explosivas e incediárias, em seguida os americanos rebombardearam com quase duas mil bombas e algumas de magnésio para atear fogo em tudo, transformando um local de inspiração e beleza nos últimos circulos do inferno de Dante(tirando o último, que era gélido.), uma verdadeira fogueira, que ultrapassou os oitocentos graus celsius; incinerando, asfixiando e dizimando cento e trinta cinco mil pessoas; em sua maioria, idosos, crianças e velhos, já que os homens estavam no fronte; ultrapassando todas as baixas civis inglesas e se esquivalendo aos numeros de Hiroxima. Nos dias seguintes, aviões mosqueteiros da RAF, voando baixo, varreram as estradas vizinhas de tiros, com o intuito de exterminar os não muitos sobreviventes.Eu os apresento, na minha opnião, uma das maiores atrocidade da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra conseguiu destruir um inumero incontavel, num valor inestimavel, de obras de artes e prédios em três dias. Fez pior que qualquer barbaro, mongol, huno ou qualquer outro que venha a ter ateado fogo em bibliotecas ou destruido obras de artes, e igualmente perverso, dizimou a vida de mais de cem mil civis, como já dito, em sua maioria velhos, crianças e mulheres. Radovan Karadzic foi acusado de crimes contra a humanidade por ter sido responsabilizado pela vítimação de oito mil pessoas, discutiremos melhor a questão e punição desse sérvio depois. Julius Streicher, oficial nazista e grande divulgador da cultura anti-semita, no julgamento de Nuremberg, foi questionado se ele tinha consciência do motivo dele estar ali e ser acusado de crimes contra a humanidade, e ele respondeu:" Claro, eu estou aqui por que eu perdi a guerra, se o contrário fosse verdadeiro, vocês estariam aqui e nós seríamos os bonzinhos."
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Para todos, recomendo o filme Dresden-O Inferno
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Ávilla Q.B Filho 30/08/08 05:40pm
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sábado

O Nono Círculo do Inferno


Porque esse título, motivo Satânico? Não, não acredito na existência de demônios, apesar de achar interessante estuda-los nas diversas culturas. Está revoltado com tudo? Muito menos, sou bem resolvido demais com todas as minhas coisas.Então, porque? O titulo "nono círculo do inferno" vem do livro a Divina Comédia de Dante Alighieri, que não é "comédia" por ser engraçado, e sim porque acaba bem, na epoca "comédia" era o contrário de tragédia. O livro é divido em Inferno, Purgatório e Paraíso; a história é a viagem do próprio autor pelo inferno, purgatorio e paraiso; e na sua saga pelo inferno haveria nove circulos do inferno, que seriam uma especie de nove planos, nove "níveis" diferentes, foi Dante que nos cedeu essa visão de inferno tendo fogo, dor e toda essa panarfenália. Sim, e o que tem a ver isso? Bem, o nono, óbvio, é o pior, onde reside os piores demônios, onde os maiores traidores, como Judas, Brutus e Cassius,são justamente punidos e é residência do próprio Portador da Luz, significado do nome de Lúcifer, e ao contrário dos outros oito círculos, no nono faz um frio letal e castigante. Para não deixar todos na curiosidade vou aqui rapidamente simplicar os outros oito círculos, como fiz com o nono. Entre o vestíbulo e o 1º Círculo, está o rio Aqueronte, no qual encontra-se Caronte, o barqueiro que faz a travessia das almas. Porém Dante é muito pesado para fazer a travessia no barco de Caronte, pelo fato de ser vivo. Então Caronte os envia para outro barco. É através deste barco que Virgílio e Dante atravessam o rio.O limbo é o local onde as almas que não puderam escolher a Cristo, mas escolheram a virtude, vivem a vida que imaginaram ter após a morte. Não têm a esperança de ir ao céu pois não tiveram fé em Cristo. Aqui também ficam os não batizados e aqueles que nasceram antes de Cristo, como Virgílio. Na mitologia clássica, o Limbo não fica no inferno, mas suspenso entre o céu e o mundo dos mortos. Na poesia de Dante não se tem uma noção precisa de como se chega lá, pois o poeta desmaia no ante-inferno e quando acorda já está no Limbo, o primeiro círculo infernal.No Limbo, Dante encontra Homero a quem tradicionalmente se atribui a autoria dos poemas épicos Ilíada, que narra a queda de Tróia, e Odisséia, que narra o retorno de Ulisses da guerra de Tróia e suas viagens; Ovidio poeta romano autor de várias obras, entre as quais obras de mitologia como: Metamorfoses; e Horaciopoeta romano lírico e satírico, autor de várias obras primas da lingua latina, entre as quais Ars Poetica.No segundo círculo começa o Inferno propriamente dito. Nesse círculo ficam os luxuriosos que sofrem com uma tempestade de vento. Lá ele encontra Francesca de Rimini e seu amante, que é o seu cunhado.No terceiro círculo os gulosos são flagelados por uma chuva putrefacta e são vigiados pelo mitológico cão de três cabeças, Cerbéro. No quarto círculo desfilam os avarentos empurrando pesos enormes. No quinto círculo ficam os iracundos, imersos em lama ardente do Pântano do Estige. Os insolentes soberbos também.Para atravessar o pântano eles apanham boleia do demônio Etagias, este os deixa na porta da cidade de Dite. Essa cidade tem muralhas de fogo e está na parte mais funda do Inferno, onde as culpas são muito mais fortes e as punições também. Os demônios não querem que Dante nem Virgílio entrem, pois Dante não está morto. Então aparecem as três Fúrias (também chamadas Parcas), e com elas aparece a Medusa, que petrifica quem a olhe. Um enviado celeste chega e abre as portas de Dite.No sexto círculo, Dante e Virgílio recomeçam a viagem por dentro de Dite. Lá eles vêem nos túmulos de fogo os hereges. Os hereges eram queimados em fogueiras quando estavam vivos. Em rios de fogo estão os assassinos, os violentos com o próximo e ficam sendo atingidos por flechas dos centauros. Os violentos contra si mesmos são transformados em árvores. Os esbanjadores são perseguidos e devorados por cadelas ferozes e famintas.No sétimo círculo ficam os violentos com Deus e contra a natureza (os homossexuais). Estão deitados e levam chuva de fogo e os outros além da chuva de fogo ficam caminhando. Os usurários (agiotas) estão sentados e sofrem a chuva de fogo.Saindo da cidade encontram um precipício que não conseguem cruzar, existe um monstro alado, que voa vagarosamente e os leva até o o fundo do precipício e lá eles encontram o oitavo círculo. O oitavo círculo é dividido por dez fossos que são ligados por pontes. Aqui as torturas só pioram e os pecados também. Nas saídas dos fossos há três gigantes acorrentados.Bem, botei o nome do meu blog assim, porque ver que eu trataria, em grande maioria, de história e assuntos relacionados, e como jé me disseram: "A História é o registro das crueldades e desvaneios da humanidade", e como eu acredito tratar aqui dos mais diversos assuntos, em maioria assuntos que eu considere que sejam tratados de maneira hipócrita, errada ou que deviam ser melhor focados, com a maior nudeza e sinceridade possível, tornando, muitas vezes; um blog fúnebre e pessimista, e como diz o comentário do título " e daqui, não como descer", mas como na história do Dante acaba tudo bem, esse humilde autor, quer dar entender que apesar de tudo, vai acabar tudo bem, mesmo que; sinceramente, a história me prove mil vezes o contrário; e que o homem me mostre, a cada dia, que é capaz de ser merecer muito mais do que um possível vigésimo círculo infernal.
PS¹: Caronte, era a pessoa que levava, de barco, as almas para o inferno.
PS²:A imagem no título, de Gustave Doré, é o Cerberus, o cão de três cabeças que vigiava para que nenhuma alma saísse do inferno, as engolindo.

Ávilla Q.B Filho
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31/08/08 00:21 am
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