sábado

Cruxifixo e Sangue na Espanha.

Durante a Guerra Civil Espanhola, quando a Frente Popular formada, majoritariamente por anarquistas e marxistas, tomou o poder surgiu um dos mais sangrentos episódios na história da Igreja daquele país.
Movidos por um sentimento anticlerical sem limites, uma verdadeira paixão pelo ódio da Manipuladora do Povo, os anarquistas e marxistas incediaram centenas de igrejas, fecharam jornais que propagassem ideias clericais e mataram vários membros do clero.
O que torna tão apaixonado o ódio não são as igrejas sumariamente incendiadas, não é o fato de para entrar na Frente Popular a pessoa tivesse que ferir um monte de gesso na forma da suposta mãe do "Salvador", não são as muitas violações de cadáveres do clero que eram estupradas(quando eram freiras) e expostos. O que tornava tão macabro era a maneira com que os seguidores de Marx e Bakunin executavam os papistas.
"Era comum aplicarem-se torturas aos mártires antes de matá-los: espancamentos brutais, vazamento os olhos, mutilações, queimaduras com cigarros, choques elétricos, e mil outras formas de tormento que o ódio diabólico dos marxistas inventava. Aos Frades de Cernera arrebentaram-lhes os tímpanos enfiando-lhes nos ouvidos contas de rosário. Muitos Padres foram queimados vivos, outros foram enterrados com vida depois de terem sido obrigados a cavar suas sepulturas. A uma senhora, mãe de dois Jesuítas, enfiaram pela boca um crucifixo. Não foram poucos os casos de pessoas atadas a um veículo e arrastadas por ele até morrer." Escreveu Orlando Fedeli no seu site-instituição católico Monfort.
Os seguidores de Proudhon, muitas vezes, tentavam, antes de mata-los, corromper, de inúmeras maneiras, os membros da Matadora de Hereges, e, as vezes, as próprias mulheres caídas se compadeciam da situação dos fanáticos.
Houve um caso que o indivíduo teve as irmãs sodomizadas na sua frente, e tanto foram os horrores, que ele pediu para que o executasse para ele não ver o que estava acontecendo. Um dos algozes retirou seus olhos com um punhal.
De onde vem tão apaixonado ódio? Lembremos que a Espanha ainda é um dos países mais católicos do mundo, e que nela, o instrumento de opressão ideológica da Igreja foi fortíssima e a Santa Inquisição Espanhola foi a mais vil e cruel.
A Santa Inquisição surge com duas bulas papais, a "Licet ad Capiendos" do papa Gregório IX e a "Ad Extirpanda" do papa Inocêncio IX. A partir desses pontos, a Igreja passou a julgar, torturar e, algumas vezes, executar pessoas denominadas heréticas.
Inquisidores tinham que ser doutor em Teologia, Direito Canônico e Civil. Tinham que ter, minimamente, quarenta anos de idade( estranho não terem colocado trinta e três.)
A Inquisição partia do suposto da culpabilidade, ou seja, alguém era considerado culpado até que provasse o contrário. Os prisioneiros não podiam entrar em contato com ninguém, ficando incomunicáveis, e tinha que custeiar sua prisão. A tortura era emitida quando uma maioria no tribunal inquisitório a votava considerando o acusado culpado, mesmo sem a existência de provas, algumas vezes, emitiam a ordem e adiavam-a para assustar o herege e tentar coagi-lo a confessar ou entregar seus colegas. A confissão podia dar direito a liberdade, dependendo do inquisidor e do "crime". A Inquisição, em alguns países, foi relativamente suave considerando a Espanha. Quando os hereges se contradiziam, e em conjunto com as penas, era comum o uso de tortura para retirar a verdade embebida em sangue. O Santo Ofício não importava-se com idade, meninas de treze anos e velhas de oitenta anos podiam ser vítimas de tortura, as penas iam de censuras leves á pena capital( que era executada pelo Estado com ordem da Igreja), flagelação e castigos eram acompanhadas da pena, que, em algumas épocas, podiam ser a participação das Cruzadas. No caso de prisão perpétua, o prisioneiro era mantido a água e pão e ficava completamente incomunicável. A igreja tambem roubava os bens do herético. No caso português e espanhol, quando o filho do demônio conseguia fugir, os Guerreiros do Deus-Sangue queimavam uma imagem do condenado.
Em 1376, o Inquisidor Nicolau Eymerich criou o Directorium Inquisitorium, onde encontramos conceitos, normas processuais, termos e modelos de setença a serem seguidos, e é a partir dessa oficina do satanás que basearemos o que vem a seguir.
Os hereges pertinazes são aqueles que mesmo depois do Tribunal Inquisitório ter acusado-o de heresia e ter usado de todos os meios para faze-lo abjurar de suas idéias, continuam convictos de seu pensar e não querem se dobrar perante a Grande Tirana dos Povos, estes são entregues ao Estado para sofrerem a pena capital, depois de, frequentemente, sofrerem flagelações diversas e ter a boca amordaçada ou a lingua arrancada para não sujarem a platéia sedenta de sangue com suas palavras heréticas. Os hereges penitentes são os que abjuraram de suas idéias e aceitaram a pena imposta pelos Inquisidores, que dependia do tipo de heresia, e as vezes, havia perdão, não encare a Igreja com bondade nesses casos, a Maldita nunca teve direito de julgar nem executar ninguém. Os hereges relapsos eram hereges penitentes que haviam, novamente, cometido heresia. Não havia julgamento, eram entregues ao Estado sem o dom da fala para serem mortos pela espada, enforcamento ou fogueira, como já dito antes, a pena, em quase todos os casos, vinha com castigos e flagelações.
O Directorium Inquisitorium ensina como reconhecer hereges e atitudes heréticas, como a lista é realmente muito grande e não temos interesse nisso, vou citar os casos mais interessantes, que mostram a total falta de respeito a individualidade e ao direito à expressão da pessoa pela Madre Igreja Católica, são: evitar contato com fiéis; ir pouco à missa; se relacionar com sarracenos, judeus ou hereges; não se confessar, não fazer jejum e nem abstinência nas épocas "santas".
Agora, vamos ao melhor, aos métodos de tortura, flagelação e execução amplamente usadas durante a Inquisição, métodos que causariam horrores aos membros mais ativos da Frente Popular. Como não quero transformar o blog num show de horrores, vou apresentar somente as que mais aguçaram meu sangue espanhol, não que as outras sejam menos pérfidas e cruéis.. As Gaiolas Suspensas, gaiolas pouco maior que o corpo do condenado, em que as pessoas eram mantidas, nuas ou semi-nuas, sofrendo queimaduras no verão ou congelamentos no inverno. Morriam, em sua maioria, de fome, sede, infecção ou hemorragia, pois muitas vezes eram torturadas e multiladas para melhor servir de exemplo. Muitas vezes o corpo era mantido na gaiola mesmo depois da morte do condenado, só sendo retirado já em estado de ossos. A famosa Roda para Despedaçar, onde o individuo era amarrado ao centro de uma roda com a barriga para cima e os membros completamente esticados, o verdugo então aplicava duros golpes nas articulações para quebra-las, divertindo a sanguinolenta plateia, mas evitando que matassem a vítima. Depois, o algoz o desatava e o entracelá-va aos raios da grande roda, e ali ficava vivo, por horas ou dias, tendo, várias vezes, o corpo sendo despedaçado e os olhos vazados por corvos e outras aves. Junto com a Fogueira e o Enforcamento, a Roda para Despedaçar era um dos espetáculos mais populares na Idade Média, juntando multidões de nobres e plebeus para se deleciar do espetáculo. O Berço de Judas que consistia em suspender o herético sob uma piramide, e, violentamente, fazer com que ele despenque, dessa forma, o bico afiado da piramide acertava-lhe o ânus, a vagina, o saco escrotal, o cóccix e as últimas vertebras. Poderímos falar da Mesa de Evisceramento, da Cadeira de Interrogatório, da Extensão, do Esmagador de Polegares, das famosas Pêras de Aço, do Garra de Gato, da Submerssão em Azeite Fervendo, da Gaiola de Cravos, da Dama de Ferro e tantos outros metódos de tortura que os criativos clérigos de cristo criaram. Métodos que causariam horrores aos Anarquistas Socadores de Cruxifixo no Ouvido de Padres. Álias, depois de tantos anos de manipulação ideológica e horrores, esses não foram a resposta?
Seja como for, a Religião da Cruz já nasceu predestinada a viver embebida em sangue.
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FEDELI, Orlando- Era Noite na Espanha.
EYMERICH, Nicolau- Directorium Inquisitorium
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Ávilla Q.B Filho
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29/03/2009 08:57 pm
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